Ministério da Saúde está finalizando as tratativas para disponibilizar um novo tratamento contra a malária falciparum. O medicamento artesunato + mefloquina, também conhecido como ASMQ, será usado em crianças, sobretudo indígenas Yanomami. Ele é produzido no Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), uma unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A nova estratégia consiste em tratamento oral por três dias em dose única diária.

Esta é uma das ações da pasta na semana em que se celebra o Dia Mundial da Luta contra a Malária (25/4).

O ASMQ já é oferecido para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) e é indicado para casos agudos da doença. Somente no ano passado, foram fabricadas 254,4 mil unidades do medicamento.

O remédio, cuja formulação foi totalmente desenvolvida nas instalações de Farmanguinhos, é considerado o mais eficaz no combate à malária causada pelo parasita Plasmodium falciparum. Ele associa as substâncias cloridrato de mefloquina e artesunato, antes administradas separadamente contra a doença.

A combinação resulta em baixos índices de efeitos colaterais, maior adesão dos pacientes e utilização de menores doses de comprimidos, possibilitando uma cura mais rápida.  Na terapia convencional, à base de quinino, um adulto pode ingerir até 24 cápsulas diariamente. Com o ASMQ, são apenas seis, em dose fixa. No caso das crianças, principais vítimas da malária, é fabricado na forma líquida.

Avanço estratégico

O diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, explica que a facilidade do uso é um avanço estratégico para o controle da doença. “O tratamento é simples, mais curto e com menos efeitos colaterais. No primeiro dia, o paciente já sente melhora acentuada. Na minha avaliação, nos últimos 15 anos, esse é o maior avanço no tratamento da malária, pela facilidade da adesão e, em especial, a velocidade da recuperação”, comenta.

Jorge salienta que a regulamentação do tratamento no Brasil ocorreu após esforço do Ministério da Saúde. O tratamento surgiu em 2008 em um consórcio internacional e acumula grande sucesso em países africanos.

Tafenoquina

Ainda no enfrentamento da Malária, o Ministério da Saúde aprimorou a capacidade de atendimento no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami e na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) em Boa Vista (RR).

A ação, realizada de 19 de março a 19 de abril, incluiu capacitação sobre o tratamento com foco na implementação da tafenoquina, que teve a incorporação no SUS anunciada em junho de 2023. Foram capacitados 215 profissionais de saúde.

A tafenoquina também é um tratamento de dose única de dois comprimidos para pessoas com mais de 16 anos de idade. Ela é usada nos casos novos de infecção por Plasmodium vivax, tipo mais comum de malária no Brasil. A implementação do medicamento foi iniciada em março de 2024 no DSEI Yanomami.

A malária

A pasta classifica os adoecimentos por malária como situação de emergência em saúde pública. Neste ano, já foram registrados 7,5 mil casos da doença em território nacional.

Fonte Ministério da saúde 

Deixe um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem